Acredita em mim, não é complicado. Não precisa ser. Se a gente quiser, pode ser leve, igual folha dançando com o vento. Porque sabe, gostar só é bom quando é leve. Fecha o olho, imagina a folha. Ela não se preocupa, ela não pensa no que passou, ela é só folha e o vento é só vento, e eles dançam, e é só. E dançam porque é bom, porque faz bem, e principalmente porque se deixam levar, soprar, dançar. É essa a beleza: deixar-se levar.
A verdade é que eu também tenho medo, que digo a mim mesma antes de dormir – naquela hora em que fecho os olhos e tento lembrar teu rosto – pra ir com calma, não me adiantar, não fechar os olhos e tentar lembrar teu rosto, que esperar demais não é justo comigo nem contigo, que talvez não seja nada, que talvez não haja vento algum com que se dançar. É mais ou menos aí que teu rosto se forma, e com ele teus detalhes, jeitos, frases, plurais, cores, sopros levinhos, e eu esqueço de tudo e sorrio, que eu sou de libra, gosto do que é bonito, e é mais bonito imaginar folha-voando-feliz que folha-parada-triste.
Aí durmo, e sonho contigo, e no sonho tudo é bonito e simples, e é leve. Leve, igual folha dançando com o vento.
Quisera eu saber com o que sonhas.
Quisera eu ter coragem de chamar-te pra dançar.
"O vento vai dizer lento o que virá"
ResponderExcluirQueria saber escrever assim! Tão bonito o que você diz com palavras tão simples, Lalá.
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